Nunca a chave lhe tinha parecido tão grande, tão desproporcionada relativamente à porta. Nunca a sua vida custara tanto a abrir, como a porta. Conseguiu, com esforço, abrir a porta. Sentou-se na varanda. A brisa arrefecia e a madrugada já ia longa. Sentou-se e tentou abrir a vida, como fizera à porta. Pensou que talvez não valesse a pena forçar. Da porta, ainda tinha a chave, da vida, nem por isso. Adormeceu por ali, até que os primeiros raios de luz lhe aqueceram os pés colocados sobre o muro. Da noite ficou o frio de mais uma cicatriz.
9 comentários:
é tão difícil encontrar a chave para abrir a vida...
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olá!
deixei mais atras um comentário noutro post anterior.
a chave da vida, na minha optica, vai-se formando ao longo da mesma ... não tem projecto nem foi feita "a anteriori" por nenhum ferreiro especializado.
Que encontre a sua em cada momento e, qd necessitar posso sempre partilhar a minha consigo,ainda que permanentemente inacabada.
1 sorriso mto luminoso neste Sábado
Lana
Compreendo o que dizes - às vezes os utensílios (os meios) que temos ficam sempre muito aquém daquilo que era necessário. Uma chave não consegue sempre abrir uma porta.
cicatrizes... um beijo
pra mim poucas coisas são tão belas como
cicatrizes.............
Olá amigo, uma vez mais!
Escreves com alma de escritor: tu és um escritor!
Abraço
Lindo!
Bem vindo o sol.
O frio fujo dele como o diabo da cruz.
Prefiro refugiar-me num querto aquecido e olhar a neve, o granizo a chuva a tespestade lá fora...
ou dentro do carro, à beira-mar.
CSD
Obrigado pelos votos que deixou no meu blog... Já várias vezes, dei "uma volta pelo seu blog", mas tenho sido uma leitora que não deixa rastos.
Às vezes, a felicidade bate-nos à porta, mas não a deixamos entrar... se calhar, o problema é encontramos a chave que nos conduza a uma constelação de bem-estar e alegria!
Carpe Natalem!
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