25/10/10

pseudo-sinestecoisas-fracas

De fora da vida se fazem lamentos.
Constroaço, o fulgifeito martírio de roaz.
Chia tudo o que desfiz um dia, sozinho.
Mostruário de vingançujas sem roupão nem casaco,
flores sem corola, papilas emergentes e gustativas em botão.
'Bom dia' na retrosaria que ninguém já sabe o que é.
Flores como camélias bordadeiras com aroma a cândido absinto barato.
Sentimuda vontade de roer o aço com o acre da seiva má.
Sortilégio desvendado sem sabor jucundo.
Madrugada gélida sem olhos protectores do soberbo lobo.
Amantes nus sem vontade de roupa e com sede de orvalho e mel.
Ah, o amor e outras previsíveis quimeras absurdas!
Venha pois um raio de luz e celebremos sem pudor, sem vergonha, a construção solene deste império sem elevadores amassados pelo diabo.

2 comentários:

Graça Pires disse...

Baudolino, obriga pela visita e pelas palavras simpáticas.
Gostei do seu texto. Venha pois esse raio de luz...
Beijos.

x disse...

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