Lancemos as bicicletas em passeios solitários,
Sem ciclistas activos, sem guiador nem campainhas que afastem cães ou senhoras que passeiam pelas ruas.
Poderiam cães guiar bicicletas sem guiador e o faro impulsionaria as rodas sobre a calçada.
E haveria filas de raparigas, com vestidos de folhos,
À espera que passassem os cães em matilha amistosa, ramo de flores sobre pedra de rua.
Iriam os cães até às portas do cemitério da aldeia,
Onde veriam ossos que não ousariam desejar por não serem objecto de desejo.
Comeriam os cães, às portas do cemitério da aldeia, os ossos das bicicletas gastas,
com o respeito que se deve a bem precioso e volátil.
Regressariam as raparigas, com os vestidos de folhos cansados, até às casas de suas mães.
Aí esperariam que chegasse o dia no qual não seriam objecto de desejo.
E os cães rezariam, às portas do cemitério da aldeia, por elas, meninas,
Com as bicicletas por testemunhas solenes da conversão a esta fé de rolar pela calçada, sem guiador.
ao meu amigo a. por me ver escrever enormidades, literalmente fora de contexto, sem me recriminar.
ao meu amigo a. por me ver escrever enormidades, literalmente fora de contexto, sem me recriminar.
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