Hoje vou dar uma volta pelos telhados, quando tudo estiver a dormir, pessoas, coisas, gatos, pássaros. Não será nada como voar e não haverá nada de metafórico neste passeio, apenas algo que se pareça com uma afirmação, determinada apenas pelo que dela e das suas implicações se desconhece. Pela rua, parece-me tudo cada vez mais difícil, mais frases sem predicado, sujeitos bizarros e indefinidos por inferir, gramática que me agarra ao chão, sem gratificação de sentido. Vou pelos telhados, hoje à noite. Darei notícias do que vir e voltarei outro. Nunca se volta igual de um passeio pelos telhados de uma cidade qualquer.
4 comentários:
A primeira imagem que me veio à cabeça foi a do Corto Maltese a correr pelos telhados... não sei porquê!
:)
Boa lembrança, Sónia!
Escrevi isto como expressão de um desejo súbito, surgido assim e posto em palavras logo, antes que o achasse parvo demais (sobrou para o título...).
No meu caso, e talvez porque a aptidão para a escrita é básica, tudo o que sai à primeira, sem pensar, é regra geral melhor do que o estudado.
Por isso, se não o fizesse (o colocar logo no blog) nunca teria textos!
Admiro esta tua "tomada de decisão parva"... venham mais!
Devo dizer apenas uma palavra: fantástico!
Gostei muito do texto e eu se viajar pelo telhado, confesso-me felina...
Não entro aqui sem pensar na obra de Umberto Eco, rsrsr
bj
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