As estradas sucedem-se, quilómetros em mostrador
de relógio.
Sabes-te menos muita coisa, assim dita, sem
formulações sofisticadas de caderno para aplausos.
Sucedes-te em estradas, muitas, desenhadas na tua
pequena secretária meticulosa.
Pensas-te como avaliação sobre aquilo que fizeste
contigo, contas de mercearia sem azeite, nem arroz, nem açúcar, nem farinha,
nem aritmética que possas fazer num local que ames.
Medes-te pela forma como respiras, a intensidade
do sangue pelo corpo a tentar o seu melhor.
Entregas-te todo em prestações, parcelas,
fracções, paradoxos e pulmões sem cartas para jogar, apostas esgotadas e restos
de um almoço com teor biográfico em dia de acertar contas.
Desenhas-te em despedidas, traças de ti perfis, cobres
a pele de terra e sol, por não haver mais astros.
Virão descansar ao pé de ti, quando descansares.
Saberás, nesse dia, que não foste longe porque és aqui.
1 comentário:
"Desenhas-te em despedidas, traças de ti perfis, cobres a pele de terra e sol."
Gostei mesmo do texto.
Beijo.
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