31/12/17

ano de dois gumes

Estive à tua espera, estive à espera disto, dos tiros e do gume afiado da faca, a velocidade desgovernada no cruzamento fechado, em mesa de almoço. Talvez possamos fazer algo pelo futuro. Estive à espera de poder dar-te um abraço e penso que tu também. Caem as folhas da última discussão de família, chovemos. Muda o ano, sobrevive-se a dilúvio sem arcas. Amanhã seremos os mesmos, com mais umas cicatrizes, mais transparentes talvez. Demos um abraço na esperança de sermos maiores por nos termos visto à luz da fúria, do ressentimento, da intolerância. Voltámos da viagem, do disparo até essa luz e regressámos - estou eu convencido disso -. Haverá amanhã.

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