22/08/07

regressando à casa de Lúcia (Lúcia IV)

...reentro pela porta que Lúcia deixou entreaberta. Sento-me e escrevo, num pequeno pedaço de papel, mais um nome. Coloco a face branca à vista e deixo o nome virado para baixo. Saio, deixando a porta entreaberta, por respeito à decisão de Lúcia e porque não será a última pessoa a morrer desnecessariamente. Quem sabe quantas vezes mais iremos completar a bizarra torre que Lúcia eregiu...
+17,18/08/2007

2 comentários:

Isabel disse...

Pois a Lúcia morreu de solidão.
Quem morre de solidão tem a melhor e a pior das mortes.
A pior porque a mais lenta, tão lenta que lentamente nos habituamos à dor até já nem doer, por isso é tambem a melhor a morte que não doi, aconteçe simplesmente como se tivessemos apenas não acordado.
A solidão é um bicho com tanto de feio como de belo.
Lúcia não morreu de solidão, morreu acompanhada pela solidão.
Morreu porque a morte lhe veio fazer companhia, só isso!

Gosto da tua Lúcia e dos seus montinhos de papel com nomes escritos.

Letras de Babel disse...

nada é desnecessário. raramente sabemos é o que é desnecessário para o outro...


gostei da lúcia.
agora senta-te e toma-lhe o lugar.



bjs