Passava, hoje, ao fim da tarde, a hora de pôr-de-sol, a ponte Vasco da Gama, rumo ao Sul. E a espessa neblina acumulada por sobre a água que não se via, formava um campo de três ou mil tonalidades indescritíveis, sobre o qual apetecia correr até cair esgotado e sentir-se redimido, imune aos perigos, atirado nos braços de um pai que nos segura sempre. Apeteceu-me correr por ali.
A vida é curta demais para que percamos estes momentos.
"Talvez um dia possamos mesmo correr por ali", segredou-me alguém ternamente ao ouvido ao fim do dia. Agradeço, ternamente. É a espera que me atormenta, é o procurar em cada dia o pequeno momento de glória em que atingimos o objectivo, cumprimos o horário, fomos sérios, politicamente correctos. A vida é curta demais para esperas. "Quem espera, sempre alcança" e morre a seguir. Não seremos ingloriamente mortais. A vida é curta demais para que percamos o irrepetível.
7 comentários:
Aqui esté uma novidade neste blog moribundo. O autor a comentar-se, num momento único de esquizofrenia blogoesférica.
Irritantemente sentencioso, como tantos dos meus textos. Mas... o que me apeteceu ir por ali fora, pelo menos com os olhos. Podemos ir vendo por aqui o paraíso...
(Irritante e recalcitrantemente sentencioso...)
E demasiado 'new-age'... mas lá que apeteceu, apeteceu...
(Isto é divertido...)
Eu também procuro essas tonalidades... *
e eu tb gostei de vir ter aqui :) às tuas palvras.
Quantas vezes a urgência de viver o momento!
A sofreguidão, o não poder adiar.
Goza-os todos.
Um dia a urgência será vagar.
Acredita. E as memórias valerão ouro :)
Obrigada pela visita.
Beijos
É isso mesmo. Agarrar os momentos raros. Gauardá-los como tesouros. A vida é mesmo curta. **
Sou Afranio do Amaral, e morro e renasço para seguir fugindo de mim.
Cumprimentos.
Enviar um comentário