22/10/09

E se a vida fosse apenas o espaço e o tempo que medeia entre um comboio perdido e o seguinte, que teima em chegar atrasado? Ou a soma de todos esses momentos? Talvez se perdesse o muito que, aparentemente, costuma ser o resto do tempo. Talvez se ganhasse o que é costume perder-se. Talvez a espera, tempo de impaciências e sonos intermitentes, revele o pulsar dos sangues e seivas vitais, a face oculta e displicentemente adiada daquilo que somos.

5 comentários:

Elvys B. Soares disse...

Aguardei ansioso por uma nova postagem sua...

E parece que enquanto a ansiedade me acompanhava esses dias, talvez ela fez-te alguma companhia também, embora os sentimentos que ela individualmente nos proporcionou estejam avessos, já que minha ânsia era agonia, e a tua nostalgia. E que diferenças faz? Se o tempo que buscamos avançar para que logo encontremos o tempo desejado nos impediu de ver o tempo que atiramos por essa espera; E se esse tempo esperado nada valer? Então nada resta se não apenas tempos jogados e ânsias alimentadas; Seguimos a ânsia então... Outra vez. Mas com algum pensamento reflexivo, sem deixar o tempo escapar desta vez.

Parabéns pelo texto, fantástico.

Graça Pires disse...

Talvez...
Guardado no silêncio mais espesso o tempo faz e desfaz a vida, disse Fiama.
Um abraço.

x disse...

não sei se a vida não é todos esses 'tempos' juntos, mas que é bela, é. *

P disse...

Ando a tentar re-descobrir em tudo o que me rodeia e em todos os que amo e me amam, o sabor disso, x.
Obrigado, Elvis, pelo generoso comentário.
Obrigado pela evocação das palavras de Fiama; fico maais um tempo a pensar nelas...

Claudia Sousa Dias disse...

a felicidade eternamente adiada.

o comboio que não se chega a apanhar.

a letargia que impede o sentir.


csd