12/11/10

Perto do espelho, onde a espessura da máscara diminui e se liquefaz, sinto-me estranho. O meu compromisso com o que sou não me deixa tanto espaço para o compromisso com o que tenho sido. E sou o mesmo, sendo outro, mais autêntico. No reajustamento da minha configuração tectónica, é complicado compreender a amplitude dos abalos. E há pequenos sismos, consistentes, com réplicas diárias que têm aroma de verdade.
E vai-se diluindo a estranheza, talvez. E vai ficando menos pesado o acordar pesado para o dia que queria riscar do calendário.

4 comentários:

Blas Torillo Photography disse...

Si. Hay sismos pequeños todos los días. En nuestros corazones y en nuestras almas. Pero también ante nuestros ojos que todo quieren ver.

Los demás sufren, viven sus propios sismos y a veces los comparten. Arreglar nuestra tectónica cardíaca es tarea ardua. Lo sé.

Te mando un abrazo grande.

P disse...

Amigo Blas!!
Há tanto tempo que não davas notícias por aqui.
Árdua tarefa, sim.
Um grande abraço
P.

x disse...

há uma identificação perfeita e inelutável. acho que alguns dos sismos na minha vida são criados por mim, escrevi hoje sobre isso no diospireiro. são esses os piores?
não sei talvez não interesse, mas quanto a esses sinto que posso fazer alguma coisa. *

P disse...

x, mal de nós quando não houver actividade sísmica... Vem de todo o lado e advêem de sermos feitos como somos. Quanto mais procuramos conhecer-nos, se calhar, quanto mais deixamos falar o que há de mais profundo em nós, mais actividade sísmica, mais complexidade tectónica, ou... mais consciência dela: mais dor, talvez, mas também mais esperança.
(isto era eu a pensar 'alto')