Contemplas a rua, sentado, postura sibilina.
Sabes que ser cão, como tu, não é apenas vaguear pela rua à espera que o tempo te leve.
Um dia, poderemos todos ser anarquistas, como tu, e juntar-nos-emos à multidão em chamas.
Havemos de encontrar serenidade, sentados num qualquer asfalto ou estrada empoeirada.
E disso tudo faremos a nossa linha do horizonte. E escreveremos num céu que entretanto rasgámos as letras que fazem liberdade, juntos e em chamas, como tu.
(Un chien andalou estará a ser projectado por detrás da barreira de polícias couraçados até ao tutano. Voltar-lhe-ás as costas. Nunca foste surrealista.)
3 comentários:
isto está bom.
Nunca foi… mas é surrealista! :)
Vejo que não perdeu a qualidade de sempre surpreender com as palavras.
Um texto espectáculo, no sentido da palavra (não nesse uso trivial que por aí anda).
bjs
Enviar um comentário