18/10/17

Aos vinte e nove serias um homem maduro. Estarias um adulto feito, daqueles que até votam em eleições para o parlamento europeu, que pagam a sua gasolina e um ou outro jantar em dia de receber ordenado. Ouviríamos falar da S. e de como iriam viver para a casa dela, que era maior. A tua seria alugada e, com esse dinheiro, farias face à prestação no banco e a parte das despesas do colégio do bebé, quando chegasse. Agora, o contrato novo na fábrica, deixa-me mais confiante, dirias. A S iria continuar os estudos e isso também seriam despesas mas valeria a pena. Depois, irias tu fazer a formação, sempre a contra-gosto... Perguntar-me-ias, mais uma vez, de que me serve ter outro carro potente se isso não é evidente aos olhos com o carro parado. E eu diria que estás igual ao miúdo que foi comigo e com o meu pai buscar o meu terceiro carro a Leiria. Depois, dirias que tinhas de ir embora porque querias chegar cedo a casa e concordaríamos. Ficaria combinado que, no fim de semana, porque a M viria de Lisboa e o M e o Z quereriam ver o jogo do Sporting contigo, celebraríamos o dia de ontem, o do teu aniversário, todos juntos como no Natal. Diria que não te preocupasses com a comida e com a bebida porque eu trataria disso e responderias que tu trarias a cerveja porque eu, com a mania dos vinhos elegantes, acabava por estragar irremediavelmente os jantares.

Parabéns, JM.

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