01/02/19

Encontrei o meu cão ao fim da noite, ao fundo do jardim, perto da entrada da casa. Pouca luz ainda, não se distinguiria uma fibra de tecido a contra-luz. Tinha sido aquele o seu trabalho da noite, o seu turno de ser: no empedrado, um enorme buraco redondo tinha sido escavado, como se o tivesse feito com um qualquer dispositivo mecânico, perfeito, cilíndrico. Nele, tinha plantado um enorme cedro, cujo topo não era possível de avistar, tarefa impossível. Olhava para mim, esperava-me, confiava na minha aprovação. Somos uma dupla imparável, eu e o cão que não tenho.

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